domingo, 17 de março de 2013

Amai ao próximo como a ti mesmo

Creio que a maioria da população já tenha ouvido a frase título da postagem pelo menos uma vez na vida. Eu, particularmente, já perdi (e faz tempo) as contas de quantas vezes a ouvi. E GARANTO (em caps lock mesmo) que demorei muito até realmente formar minha compreensão a respeito.

Como deixei de acreditar em verdades universais há pelo menos uma década, deixo claro que são as minhas impressões sobre o assunto.

Linda frase que, para mim, resume-se em duas frases, sendo a primeira de autoria de meu querido papai e a segunda, não sei mesmo de quem é:

1- O primeiro pronome pessoal do caso reto, em qualquer idioma, até mesmo no Esperanto é o EU. Depois vem o tu.

2- Trate os outros como gostaria de ser tratado.

Se o post terminasse aqui, sem ter as duas frases devidamente "destrinchadas", não seria o meu blog (risos, muitos risos). Então, prosseguindo:

FRASE 01 - impressões:

O primeiro pronome pessoal do caso reto é o EU. Ou seja, eu preciso me amar antes de amar qualquer pessoa (não estou colocando Deus no meio do assunto - aliás, acabei de começar a pensar nisso e ficou "mega" confuso, então vamos falar só de pessoas, tá?).

Parece egoísmo? PARECE! MUITO!

Fala sério! A pessoa pensa nela em primeiro lugar! Esta é a primeira impressão e eu mesma já vivi altos conflitos.

Porém, percebi que: quando eu me amo, quando eu atendo minhas necessidades básicas de sobrevivência, dignidade, lazer, enfim, necessidades humanas, fico com um saldo emocional positivo no que diz respeito à satisfação, alegria, prazer. E isso transborda, fazendo outros felizes.

Gente, "pelamor"! Não estou falando de doação aos pobres, deixar de ajudar alguém porque estou assistindo House, nada desse tipo. Estou falando de gostar de si. De atender suas necessidades. Estou falando daquilo que gera satisfação emocional e que, muitas vezes, é confundido com egoísmo.

Eu, por exemplo, já me peguei, inúmeras vezes, reclamando de amigos que, em determinados momentos, não me priorizaram. Como assim? Vou exemplificar melhor.

Uma amiga me chamava para ir à sua casa e eu sempre ia. Querendo ou não querendo, eu sempre estava lá. Me chamava para fotografar e eu ia, às vezes um caco, às vezes sem nenhuma vontade, só por ela. O que não era justo comigo, concordam? Afinal de contas, ela não precisava de nenhuma ajuda e eu estava deixando de me amar e de priorizar minha vontade de ficar em casa para fazer uma vontade besta. Não seria nada demais dizer que não estava a fim. Mas eu, que tenho dificuldades em dizer não (nem adianta tentar abusar, pois estou trabalhando nisso vorazmente e estou bem melhor), me submetia a algo desnecessário.

Quase sempre que era a minha vez de chamar para alguma coisa, ela estava ocupada, cansada, sem vontade.

Quem estava errada? Eu ou ela?

Sinceramente? Em minha opinião? EU!

Tá, você pode dizer que, puxa, ela poderia fazer a sua vontade de vez em quando. Mas eu digo outra coisa, muito mais profunda que isso: se eu tivesse dito não quando tive necessidade (que é diferente de apenas vontade), se eu tivesse me amado antes de amar os outros, se eu tivesse pensado no pronome EU, se eu tivesse ME priorizado quando precisei, não estaria reclamando da situação.

Na verdade, me privei do meu direito de escolha e não me amei o suficiente para pensar em mim. Com isso, passei a cobrar a mesma atitude das pessoas.

Ninguém tem que cobrar nada de ninguém. A gente observa, percebe quem é afim e filtra, limando os que, de alguma forma, fazem mal.

Acontece que o fato de não nos colocarmos em primeiro lugar gera uma carência de cuidado, de ser prioridade. Porque aaaaah, meu amor!!!!! Se você não cuidar de si...não espere o cuidado que você teria.

Mas o legal disso é quando a pessoa consegue falar sobre sem raiva, sem sentimentos e apenas constatando. É o que estou fazendo agora.

Se eu cuido de mim, me priorizo, me amo, logo estarei de bem com a vida. E terei vontade de amar e de cuidar de outras pessoas. Porque minha necessidade humana estará satisfeita.

FRASE 02 - impressões:

Continuando, se me amo, se me trato bem, saberei tratar os outros da mesma forma. Ou saberei, pelo menos, o que não desejo nem a um inimigo.

Quando falo que não desejo alguma coisa nem a um inimigo, falo de coração. Porque me imagino na situação. E não gostaria que ninguém me desejasse isso. Nem um inimigo.

Se eu sei do que gosto, do que não gosto, se cuido do meu bem estar, farei isso pelos próximos. Isso é tratar os outros como gostaria de ser tratada.

Claro que as minhas necessidades não são as dos outros e somos diferentes. Mas se me amo e me respeito, farei isso por outras pessoas. Amigas e inimigas.

Escrevi, escrevi, escrevi. Para dizer que busco isso. E que, ao invés de falar de várias vontades num domingo ensolarado, lindo e azul como fiz domingo passado, estou aproveitando o domingo nem tão ensolarado, mas muito azul para fazer o que posso.

Gostar de mim mesma é saber que companhia é muito bom, mas que meu domingo ensolarado será desfrutado em uma ótima companhia se ela for a minha. Companhia é bom, mas a solidão pode ser muito agradável se eu souber a ordem dos pronomes pessoais do caso reto e se eu souber me tratar bem e cuidar de mim.

Termino mostrando o cenário onde vou desfrutar de minha companhia e desejando um ótimo domingo a todos!


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