terça-feira, 26 de março de 2013

Feliz aniversário, meu amor!


Meu amor, vida minha (lembra que nos chamávamos de vida?).

Hoje era para ser um dia de festa, de comemoração, de alegria.

Você tinha parado de beber cerveja com álcool desde o dia 17 de março e hoje seria um dia de comemoração à base de Liber ou qualquer outra cervejinha 0,0%, como você mesmo, por iniciativa própria, tinha se proposto e me contado. E sua frase não sai da minha cabeça. Foi assim:

"Eu vou ficar um bom tempo sem beber cerveja com álcool. Você vai ver. No meu aniversário, eu não vou beber nada. Porque eu não tô muito legal e eu quero ficar bom. Eu tenho muito medo de te deixar."

Onde quer que esteja, saiba que você precisou partir para continuar seu processo evolutivo e não interprete como ter me deixado. Partir faz parte. Não se culpe. Não se revolte. Fique em paz.

Hoje você completaria 46 anos de existência aqui na terra. Parabéns pelo seu tempo.

Impressionante como você é querido! Tenho notado por esses dias.

Perdoe sua esposa aqui pelas falhas, pelas reclamações, pelos momentos de incompreensão, pelas brigas inúteis, pela TPM (que, no fim das contas, acabava em piada e era motivo de divertimento e de você fazer piada com a minha cara)...enfim, me perdoe pelas palavras duras, que, às vezes, magoam profundamente.

Eu só quis o seu bem. O tempo todo. Por isso reclamava tanto. Porque era o seu bem que eu queria. E me tranquiliza o fato de saber que agora você tem ciência disso.

Com certeza você se lembra de quando eu dizia que um dia todo mundo vai morrer e isso tem um lado bom, que é: depois da morte, tomamos ciência de tudo. E, hoje, você sabe todas as respostas. Sabe que eu estava falando a verdade em muitas vezes que você não acreditava. Sabe em que horas e porque menti. Hoje você sabe TUDO. E isso não me deixa com medo. Isso me deixa muito feliz. Porque nunca contei mentiras sérias para você. Todas as partes sérias de minha vida, você soube. E soube por mim. Fui transparente, sincera e fiel. E, hoje, você sabe disso. Hoje você sabe que meu amor por você foi sendo construído aos poucos, porque eu escolhi construir. Hoje você sabe que eu teria - no início - condições de não escolher você. Mas sabe que escolhi você. Assim como você me escolheu.

Hoje, você sabe...

Vida, não posso ser hipócrita. Eu queria (e quero ainda) mesmo é te abraçar de verdade. É encostar em você. É dormir com sua perna em cima da minha. Está impraticável dormir sem sua perna em cima da minha, porque dormíamos grudados, né?

Sua perda está em causando uma dor que chega a arder por dentro, sabe? Não serei hipócrita em falar que compreendo tudo isso que aconteceu conosco e sua partida tão precoce. Porque, sinceramente, está além de minha inteligência, de minha lógica. Resta a fé...

Quero que receba muitas vibrações positivas no dia de hoje, meu amor! Muita dança, muitas piadas (você sabe que eu achava a maioria sem graça - ahahahaha - mas adorava a das irmãs de Cristo, da Cinderela e a do Batman, além da fantasia do negão). Eu gostava de todas que você considerava sem graça. Kkk. Lembra?

Entre namoro e casamento, foram menos de dois anos. Menos de um ano de casada. Mas isso não importa, porque foi tudo tão, mas TÃO intenso, profundo, que a gente sempre falava que parecia ter mais de dez anos de casados. Lembra?

Estávamos juntos praticamente 365 dias por ano, o tempo todo. Mas eu queria ter tido mais tempo com você...eu queria mais...muito mais...meu amor!

Está doendo muito, muitíssimo! Mas não se atrapalhe com isso. É normal quase morrer quando perde-se quem se ama.

Eu te amo. Intensa e profundamente. Ardentemente. Cegamente.


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